O que é ser elegante para você? Antes de responder, pergunte a alguém ao seu lado e veja como a definição varia. Elegância, segundo o dicionário, é a qualidade de possuir harmonia, leveza e facilidade na forma e movimento, aliando simplicidade com distinção, graça e delicadeza. No entanto, muitos confundem elegância com aparência; mas nesse caso ela é o resumo de atitudes, posturas e a capacidade de se portar de maneira adequada em diferentes situações.
A teoria dos 7 estilos universais, idealizada por Alyce Parsons e Mimi Dorsey nas décadas de 1980 e 1990, sinaliza o estilo elegante, a aparência que transmite sofisticação e refinamento. Essa definição restrita, influenciada por padrões eurocêntricos, precisa ser questionada. Durante esses períodos, a sociedade era marcada por segregações de classe e preconceitos de gênero e raça. As mulheres, especialmente as negras, enfrentavam limitações severas na expressão de sua identidade e estilo.
Esses padrões eurocêntricos impuseram uma visão limitada de elegância que não considera a diversidade cultural e as múltiplas formas de expressão que também podem ser elegantes. A verdadeira elegância é subjetiva e pessoal, refletindo a essência e o comportamento de cada indivíduo. Uma pessoa pode ser elegante em qualquer estilo, desde que haja coerência, autenticidade e respeito ao contexto. E neste caso aqui, o estilo também é algo que questiono muito. Afinal se somos únicos e plurais a teoria dos 7 estilos universais torna-se limitadora.
Ao questionar essas definições rígidas, podemos abraçar a diversidade de expressões que podem ser igualmente elegantes. Elegância é mais do que um estilo; é uma expressão de autenticidade e harmonia pessoal, acessível a todos que buscam se expressar de maneira verdadeira e respeitosa à sua identidade.
Refletir sobre o que é ser elegante envolve considerar não apenas a aparência externa, mas também a atitude, a postura e a capacidade de se adaptar de maneira respeitosa e autêntica a diferentes contextos. A verdadeira elegância está em ser fiel a si mesmo e em como nos apresentamos ao mundo de forma coerente e respeitosa.
A sociedade moderna deve revisitar e desafiar essas definições de elegância, reconhecendo que elas foram moldadas por contextos históricos e culturais específicos que não refletem a riqueza da diversidade humana. Devemos valorizar e celebrar todas as formas de expressão que contribuem para uma definição mais inclusiva e autêntica de elegância.
Elegância precisa ser vista para além da aparência.
Assinado sua consultora,
Cáren Cruz
